Estou a chegar ao meu limite!
De que forma isto se manifesta em casa? Como muito pais têm vivenciado, com manifestações dignas dos maiores sindicatos.
O adolescente é um ser recheado de saberes, de certezas, de sonhos que mudarão o mundo e ainda bem. Talvez seja mesmo isto que belisca os pais, aliás os adultos no geral. Essa mesma certeza que agora encontra um campo fértil de incertezas.
Até o seu quarto deixou de ser o seu mundo, o seu castelo, para se tornar um espaço de clausura, de isolamento forçado. E claro, se até aqui a exploração das redes sociais, do mundo digital estava tão presente nas suas vidas, agora tornou-se um apêndice do seu ser. Dando-lhes a sensação de fazer parte do que está para além dele, do sentir-se pertença de outros.
Os adolescentes não deixam de ser adolescentes, com todas as suas necessidades, características. Com os seus sonhos e dramas emocionais debatem-se, tal heróis, num estado pandémico que lhes tira o chão.
No entanto, poucos são os que se questionam do que se passa verdadeiramente com eles. Aos pais cabe esta abordagem com curiosidade e empatia. Perceber que eles não sabem como viver de outra forma. Que este é o momento que eles não podem deixar em stand by, esperando por melhores dias. O seu crescimento, os seus desafios , as suas desconstruções acontecem aqui e agora, independentemente do contexto.
Que recursos têm desenvolvidos para dar resposta ao que lhes é exigido? Muito poucos, acredito. Aliás, tal como nós!
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