Obediência ou colaboração?

Desde muito pequenos que a nossa relação com eos nossos filhos é baseada no controlo. A nossa função é assegurarmo-nos que eles cumpram as nossas ordens. Que lavem as mãos; que se penteiem; que comam tudo; que durmam nas horas por definidas; que digam "obrigado" e "por favor" e tantas outras coisas.E depois esperamos que quando cheguem à adolescência tenham todas as regras aprendidas e que as cumpram direitinho.

Claro, com grande frustração e desespero nosso, isso não acontece!

Bem é verdade eles deixam de morder, deixam de subir para cima das mesas...crescem!

No entanto, ainda necessitam que lhes lembremos de fazer os trabalhos de casa, de comer bem, de levantarem-se para ir para a escola, que façam as pequenas tarefas de casa, que tomem banho... ui, mil e uma coisas!

Ainda nos asseguramos que não estejam tanto tempo ao telemóvel, que não coloquem a roupa no chão, e tantas outras coisas.

Podemos começar pela manhã. 

Asseguramo-nos que:

- acordem quando toca o despertador;

- tomem o pequeno-almoço;

- tomem banho, lavem os dentes e mudem de roupa (preferencialmente a roupa adequada);

- não cheguem atrasado à escola;

- não se esqueçam do material em casa...

Podemos passar agora para o final da tarde:

- que façam os trabalhos de casa;

- não comam porcarias antes do jantar;

- que não se peguem com o irmão.

De noite lá estamos nós novamente:

- que saia do quarto para vir jantar;

- que se sente direito á mesa;

- que largue o telemóvel à mesa;

- que desligue tudo e adormeça.

Está cansada de ler?Pois também eu estou cansada de escrever! Mas é mesmo isso, certo?

Parecemos militares em campos de instrução!

E se pedíssemos que eles fizessem as suas tarefas? Pois, não resultava, pois não?A resposta que ouvimos muitas vezes é de que a eles não faz diferença alguma fazer ou não fazer as coisas. Que são manias nossas!

Vamos analisar algumas destas questões:

1º culpamos e acusamos - "O que se passa contigo? Não fazes nada de jeito! Olha para este quarto!"

2º Insultamos - "És mesmo preguiçoso. És um porco, olha para a tua secretária."

3º Ameaçamos - "Olha só esta roupa no chão. Lembraste da t-shirt que querias, esquece, já não te compro nada."

4º Damos ordens - "desliga o telemóvel, já!"

O que podemos então fazer em vez disto tudo?

Podemos descrever a situação, comunicar o que nos provoca a nós, quais as nossas necessidades e convidar o nosso filho a fazer parte da solução.

Em vez de atacarmos podemos descrever o que estamos a sentir nesse momento.

Em vez de culpar podemos informar do que aconteceu. Se não soubermos, perguntar.

Em vez de ameaçar podemos oferecer escolhas (que sirvam as duas partes).

Em vez de sermões podemos apenas dizer uma palavra (ex. se o seu filho sai de casa e deixa a mochila dentro de casa, basta dizer "mochila".

Em vez de apontarmos os defeitos e o que está mal podemos informar sobre os nossos valores, o que é verdadeiramente importante para nós.

Não é tarefa fácil, no entanto é possível.

Lembra-te -  se queres resultados diferentes podes fazer as coisas de forma diferente. 

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