Escolher ou não escolher, eis a questão!

 Vou partilhar convosco uma angústia partilhada por muitos pais e também por muitos adolescentes. A obrigatoriedade de terem de fazer uma escolha no final do 9º ano.

Se por um lado, encontro os pais num processo de frenética mentalização aos seus filhos da melhor área de estudos, tendo em vista uma estabilidade futura no mercado de trabalho, por outro, recebo (com muita empatia) por parte dos adolescentes um desespero na definição da área tendo em vista uma estabilidade emocional.

Um mesmo momento de escolhas vivido da mesma forma, com objetivos bem diferentes.

Esta dificuldade manifestada por ambos leva-me a refletir no facto de se definir este momento como definitivo. Coloca-se uma escolha para toda a vida, não dando espaço para a possibilidade de fazermos outras escolhas em diferentes momentos da nossa vida.

Estará o adolescente preparado para definir nesse momento 65 anos de atividade laboral? Haverá mesmo uma única escolha para toda a nossa vida laboral?

Estaremos, nós pais, preparados para abrir espaço para futuras escolhas, muito menos limitadoras?

Acredito que o timing exigido aos adolescentes para fazer a sua primeira escolha escolar, aos 14, 15 anos não vai ao encontro do seu desenvolvimento.

Numa fase onde a exploração, descoberta de novas áreas de interesse está tão presente e forte, essa escolha vai afunilar e, de certo modo, castrar o seu ímpeto exploratório.

É importante percebermos que a vida é feita de quantas escolhas nós quisermos fazer e que até esta consciência já é uma escolha bem poderosa!


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