Sai de ti e descobre o teu filho!

 

Uma das piores sensações que podemos ter é a de não ser vistos. 

Concordam comigo? Falo de mim, claro. Gosto de me sentir vista, ouvida, respeitada. 

Por vezes essa necessidade faz-me esquecer de ver, ouvir e respeitar os outros. 

Quantas vezes entulhamos os nossos filhos adolescentes com as nossas histórias?

Quantas vezes não transformamos a conversa num lamuriar de situações?

Quantas vezes estamos apenas focados nas nossas coisas?

Quantas vezes o conteúdo da conversa é um rol de coisas negativas?

Quantas e quantas vezes? 

Como mãe sempre tive a intenção de estar presente para os meus filhos. No entanto, percebi (da pior forma) que na prática isso não acontece sempre. Ao tomar consciência desse facto, surge em mim uma culpa imensurável. Sinto-me completamente desalinhada com as minhas intenções e por fim, sinto que algo precisa de mudar. 

Para mudar necessito de saber porque está a acontecer esta ausência do outro, essa invisibilidade trazida pela minha centralidade. 

Depois de limpar as lágrimas, depois de retirar esta sensação horrível e sufocante de culpa surge claramente a razão - as tuas necessidades insatisfeitas fazem-te centrares em ti toda a tua atenção. 

Será o instinto mais irracional, mais reptiliano a funcionar?

Talvez, pois acredito que só essa razão me faria não ver, não ouvir e não respeitar um filho.

O que vou fazer agora? Tratar de mim, sair de mim em busca de satisfazer as minhas necessidade e depois voltar para poder estar presente nos momentos de conexão com os meus filhos.

Comentários

Mensagens populares